Teresa Chuva, Psicóloga Clínica
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Psicoterapeuta/ Terapeuta EMDR
Licenciatura Pré-Bolonha pela Universidade de Coimbra
Estágio nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC)
Especialista em Clínica e Saúde pela Ordem dos Psicólogos Portugueses
Membro Efectivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Membro da Associação Portuguesa de EMDR
20 anos de experiência clínica
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Férias. Retomo consultório dia 2 de Setembro. Até lá.
O modelo biomédico não é eficaz. O que a ONU recomenda para promover a saúde mental
"O termo “holístico” aparece, aliás, em quase todas as páginas do relatório, para adjetivar esta não tão nova assim mas ainda pouco implementada abordagem à saúde mental, que implica cuidar de todos os aspectos que influenciam a saúde e que reconhece o caráter multifatorial da doença." Com toda a formação na área da Psicologia em que continuo a investir e formações várias em áreas adjacentes, num desejo de saber e fazer mais e melhor, é Psicóloga Holística e Integrativa que sou. Com muito gosto a quebrar barreiras internas e externas, preconceitos, a ir e ajudando a ir mais além e em liberdade. Obrigada ONU. (Encontro-me em período de férias de Verão, retomando consultório em Setembro. Até lá!)
Bem a propósito, a newsletter de um jornal, com a data de ontem: Por Ricardo Martins Pereira "As redes sociais mudaram a forma como os adultos se relacionam, mas alteraram, de forma mais preocupante, muitas das dinâmicas sociais das crianças e dos adolescentes. É cada vez mais comum encontrarmos miúdos com 8, 9 anos com canais no YouTube, páginas no Instagram, contas no Twitter ou a juntarem-se a redes sociais mais teen, como o Tik Tok. E isso tem um preço, um preço que não está definido, mas que muito provavelmente daqui a muitos anos chegará carregado de juros. Até as coisas que achamos mais inocentes trazem, hoje, demasiados pontos de interrogação. Já é cada vez mais aceite que uma criança de 10 anos tenha o seu próprio telemóvel. São os pais, muitas vezes, que o impõem, por forma a poderem facilmente contactar com os filhos, é natural, ninguém tem o direito de o criticar ou julgar. Se o fazem é porque acreditam que é o melhor para a sua vida, e para os seus filhos. Só que não é só o ter telemóvel, é, à boleia disso, o ter WhatsApp, porque é esta rede social, ou de conversação direta, que os pais mais usam para falar com toda a gente, logo, com os filhos também. Certo, faz sentido. Só que será que a maioria dos pais conhece a dinâmica que existe hoje nos What’s App das crianças? Os grupos e sub-grupos em que os filhos estão inseridos? O tipo de conversas e material que é partilhado nesses mesmos grupos? O bullying digital que se faz entre colegas de turma, de escola, entre ciclos de amigos? Poucos pais estarão por dentro disto, acredito. Não porque não queiram saber, mas muitas vezes porque entendem que os miúdos têm direito à sua privacidade, ao seu espaço para as parvoíces da idade, e então deixam andar, e deixam andar, e acabam por passar ao lado de todo um submundo cada vez mais estranho, perigoso, desconhecido. Rebentou esta sexta-feira a polémica relacionada com o Team Strada, uma agência que representa influenciadores sociais mais jovens, alguns menores, e que têm uma presença muito forte no Instagram, no Twitter, no YouTube ou no Tik Tok. O jornalista da MAGG Fábio Martins mostra melhor o que se passa neste artigo publicado esta sexta-feira. Sucintamente, o caso nasce de uma presença do líder e fundador do Team Strada, Hugo Strada, de 38 anos, no programa “Curto Circuíto”, na SIC Radical. As imagens captam um momento em que Hugo cumprimenta um dos influenciadores, Dumbo, com um beijo na boca. Foi o início de tudo. No Twitter, um conhecido youtuber, João Sousa, levantou uma série de suspeitas sobre o comportamento de Hugo Strada, apontando várias outras situações que considera dúbias na relação entre o agente e os influenciadores, com cenas de intimidade excessiva entre um homem de 38 anos e crianças menores. A partir daí, o caso escalou e vai acabar na Justiça. A pergunta que não sai da cabeça de muita gente que contacta com este caso é: mas onde é que andam os pais destas crianças? Onde é que eles andam? Eles sabem o que os filhos andam a fazer? São eles próprios que alimentam esta relação na expetativa de os filhos virem a tornar-se estrelas do digital? Aceitam que os filhos se relacionem com o agente desta forma? E que essas imagens vão parar à internet? Ou não sabem de nada, porque não controlam, porque confiam? Ninguém sabe, porque ainda ninguém conseguiu ouvir os pais de algumas destas crianças, sobretudo as menores. Mas não há qualquer resposta boa a esta pergunta. Se os pais sabem e acham isto tudo normal e aceitável, ou são ingénuos, ou confiam em demasiado nas pessoas, ou gostam de correr riscos. Até ao momento, não é conhecido nenhum crime de Hugo Strada, há apenas insinuações, denúncias tímidas, gente que começa a falar, mas só isso. É provável que nunca venha a saber-se nada de mais, e que isto morra tudo aqui, porque, até agora, o agente destes influenciadores não foi sequer acusado formalmente de nada, e pode não haver nada de o acusar. Mas um pai não precisa de saber de um crime contra o seu filho para agir. Basta-lhe uma situação que o deixe na dúvida, desconfortável, desconfiado. Mais nada. O que é que pode estar do outro lado que compense os riscos? Fama? Um dinheiro extra? O facto de o miúdo se sentir o máximo por ser uma estrela da internet e o mais popular lá do bairro? Não cabe aos miúdos decidir isso, cabe aos pais, pelo menos enquanto forem menores. Crescia a ouvir a frase “Enquanto estiveres debaixo deste teto, quem manda aqui somos nós”, diziam-me os meus pais e avós. Hoje, que também sou pai, percebo todo o sentido desta afirmação. Aos 15, 16, 17 anos nenhum miúdo tem a maturidade para decidir o que é melhor para si ou para a sua vida, embora não o perceba. Percebe-lo-á mais tarde, e, aí, provavelmente acontecer-lhe-á o mesmo que a mim, terá consciência de que os pais, afinal, tinham razão. Creio que este caso Team Strada seja o princípio de algo que vai continuar a gerar polémica durante uns tempos. Que o mesmo sirva como mais um alerta para que os pais, de uma vez por todas, percebam a necessidade de não se deslumbrarem nesta coisa de os filhos serem umas estrelas do digital, e mantenham o seu papel vigilante, atento, porque é aos pais que cabe a responsabilidade de guiar o futuro dos filhos. Pelo menos enquanto eles viveram debaixo do mesmo teto que eles."
Dão armas aos miúdos para as mãos, sem ter noção, muito menos explicar os perigos que contêm Cada vez tenho lido mais sobre a adição tecnológica. A Organização Mundial de Saúde (OMS), no passado dia 25 de maio, reconheceu a dependência de videojogos como doença mental, mencionando, entre outros, a "falta de controlo crescente". Mas a internet e os ecrãs não são só videojogos. São redes sociais. São fotografias partilhadas. Conversas mudas. Desafios. Partilhas imediatas tantas vezes sem pausa ou tempo para ponderar as consequências. E, num click, iniciam-se e terminam-se amizades, partilham-se fotos íntimas, fotografa-se o quarto ou denuncia-se o local de férias. "Só para os amigos". Não! A foto, a conversa, ficou algures na net, passível de ser resgatada ou vista por outros e com ela feita muita coisa. "Apaga a seguir", "Não mostres a ninguém" escreve-se em frações de segundos. Não! Muitas vezes as fotos não são apagadas. Muitas vezes são partilhadas. São feitas seguranças. Printscreens. Que não se sabe a quem são mostrado ou quando e como podem ser utilizados. "Grande foto. Estás uma gata!"; "Que sensual." Escreve-se isto em fotos de perfil de meninas com 10 anos ou pouco mais. Escrevem @s amig@s, mas grave da situação!, escrevem as mães e as mães das amigas da filha. Há dias, uma amiga comentava que as miúdas de hoje se esforçam por ser mini-senhorinhas e as mulheres por parecerem miúdas. As primeiras correm por sapatos altos e roupa justa, as segundas por sapatilhas e mochila às costas. Não podia concordar mais. Adolecentes passam horas a ver vídeos sobre maquilhagem (tudo normal até aqui), compram todos os produtos necessários e saem para a rua com aparência de mais 4 ou 5 anos, às vezes 10 ou 20. A toilette é pensada ao pormenor, o calçado, a carteirinha e os movimentos de todo o corpo, da cabeça ao andar, do pescoço às mãos. Estica-se o cabelo, toma-se banho no perfume. Os miúdos passam horas a pentear, fazem a depilação e a sobrancelha, põem aquele ar de desdém e excesso de confiança que aos 16 se compreende, mas aos 13 assusta. E voilá: aplaudem os familiares de pé e fico eu incrédula. Há poucos meses, fui a uma zona da cidade onde a malta mais jovem se reúne à noite. Uns conversavam, bebiam uma bebida fresca, outros estavam solitários ainda que em grupo atentos aos telemóveis, outros ingeriam bebidas alcoólicas com pressa pelo efeito e os olhos a ficar vítreos. Uma miúda (sim, 13/14 anos no máximo) chamou-me especial atenção: dançava completamente alcoolizada, com movimentos desconexos e olhar no nada. Fiquei parada algum tempo a observá-la. O peito apertou-se e mil pensamentos povoaram o meu cérebro e outros tantos sentimentos o coração. Doía-me a alma. Uma grande fatia dos miúdos e (pré-)adolescentes de hoje não desenvolve as suas competências sociais. Mal sabem manter uma conversa e menos ainda o contacto ocular. Tratam-se mal, criticam-se uns aos outros em voz alta para parecerem altamente, fixes, cool. Não sabem lidar com as emoções. Não sabem o que é o respeito (inclusive por si mesmos), a solidariedade, a compreensão, a humildade. Estavam demasiado ocupados atrás de um qualquer ecrã ou no ATL a lutar (sim, lutar!) por notas que aos 8/10/12 anos já comparam e comentam entre si com tom de (des)aprovação. Estavam a tirar selfies e a ter conversas vazias porque estavam a "apanhar seca". Não sabem lidar com o silêncio. Estavam a sofrer porque os pais estão no ritmo frenético dos dias de hoje ou algum deles não está por perto. São muitos destes miúdos e (pré-)adolescentes que, de modo violento e excessivamente precoce, descobrem o sexo (não a comunhão e a intimidade) e não sabem como lidar com ele. Alguns embebem tampões em bebidas alcoólicas fortíssimas e introduzem na vagina ou no ânus para se anestesiar e conseguir fazer o que outros fazem, incitam a fazer ou acham que os torna mais populares. É a força do grupo, que agora se manifesta bastante mais cedo. A mesma força de grupo que faz com que cada vez mais se auto-mutilem, incentivando-se uns aos outros "Experimenta. Não dói e é uma sensação de alívio!", se suicidem ou sofram mais ou menos em silêncio. Já fui adolescente, mas também já fui miúda e pré-adolescente. Por muito que o mundo mude, a capacidade de elaboração e a consciência do perigo de uma criança ou um (pré-)adolescente é, regra geral, pouca. Se nós adultos, ao invés de conversarmos, limitarmos e supervisionarmos, colocando balizas e contendo, dermos armas aos miúdos para as mãos, sem explicar o perigo que podem conter, estamos a dar-lhes um passaporte que os pode levar aos melhores como aos piores destinos. Ser mãe e pai é a profissão mais desafiante do mundo, quando levada a sério. Estejamos atentos, por favor!
Respeitar os nossos limites é auto-cuidado. Estar com quem amamos e nos ama é auto-cuidado. Renovar energias é auto-cuidado. Dia 8 estou de volta. Excelente domingo e semana vindoura!
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Francine Shapiro, mãe do EMDR, faleceu hoje. Uma tristeza, embrulhada em Gratidão, pelo legado incrível que nos deixa. O meu profundo e sincero Obrigada pela mudança que fez na minha vida, pessoal e profissional e pela diferença que fez, faz e fará na melhoria de vida de tanta gente. Seguimos com isso! (graças a ti, faço "psicoterapia em banda larga ou fibra óptica", como tantos já me ouviram dizer. E é incrivel!)
PS8 "Ainda bem que não entrei noutra ilusão." Tinha um relacionamento que, para muitos, seria invejável: casada, três filhos, casa com piscina, férias em países tropicais de mar azul turquesa e dois belíssimos carros próprios. Um dia apaixonou-se, mas não pelo marido. Divorciou-se. O outro relacionamento também morreu, antes ainda de ter realmente começado. Dele sobrou, inicialmente, uma dor imensurável, como se tivessem anunciado o mundo terminaria no dia seguinte. Um tirar do tapete debaixo dos próprios pés. Essa dor, essa tristeza foram evaporando pouco a pouco, como a humidade do solo num dia quente de verão, após uma noite de chuva torrencial. Falávamos sobre idealização. Tinha-se iludido a si mesma. Precisou de se iludir? Tal tinha servido para a proteger da pulsão destrutiva que tantas vezes a colocava em situações que não queria de facto, uma delas um casamento onde não era feliz. Desbravando, conhecendo e percebendo cada vez melhor a sua mente e as pulsões associadas, concluiu que a idealização pode ser útil, desde que com recurso à realidade. "Idealizei aquele homem. Era o meu super-herói, a minha alma gémea e isso não existe. Desde cedo agradeci ter sido o impulso para eu sair de um lugar onde não queria estar. Ainda bem que não entrei noutra ilusão. Aliás, a realidade é bem melhor e mais bonita, porque pode ser vivida."
PS7 "Tenho tanto medo que me abandone." Sujeitava-se a comentários ligeiramente desagradáveis, assim como aos mais cruéis. Gritava, alimentava discussões violentas e sentia uma culpa avassaladora no final de todas elas. Guardava para si, religiosamente em todos os outros momentos, as dores mais profundas relativamente à outra pessoa. A si colocava todos os adjectivos pejorativos que conhecia, sem dó nem piedade, chegando a ficar sem fôlego quando os dizia bem alto aos quatro ventos. Tinha tido uma infância feliz, dizia-me. O olhar parou na estante. Fez-se silêncio. E as lágrimas começaram a correr, agora elas sem travão e a mão rápida em busca de um lenço. Afinal, continuava, sempre tinha sentido que os pais não estavam lá quando precisava. Tinha sido uma criança internamente muito solitária. Nas quatro paredes de casa era suposto ser a perfeição, nunca havia elogios e os abraços esfumavam-se no ar antes de serem dados e os afectos tocados. Não se sentia uma criança amada, mas sim um peso, uma insignificância. "Para uma criança isso significa não ser desejada e, a qualquer momento, poder ser abandonada. Oh, criança abandonada já eu era. Tinha era pai e mãe e um tecto. Desde essa altura que quem me dá atenção tem em mim um cão de rua fiel, que não quer voltar a viver dos caixotes do lixo. Mas estou a sujeitar-me a um lixo pior. Porque tenho tanto medo que me abandone!" Trabalhámos este e outros medos associados, histórias com raízes na infância e a metamorfose deu-se. Mais uma larva que se transformou em libelinha e hoje faz escolhas em liberdade. Obrigada a quem me confia os seus mais íntimos receios e as mais duras histórias. É um prazer ajudar-vos na mudança interna e ver-vos voar! Boa semana.
Em dia de Greve Climática Estudantil, jovens e crianças - a que hoje juntam a voz pais, avós, tios, professores, amigos e vizinhos - pedem uma acção climática urgente. A esperança de que parte deste cartoon perca a validade. Bom final de semana.
PS6 "Tenho mesmo medo de morrer." Ataques de pânico, pensamentos catastróficos, uma quase hipocondria, com muitos exames físicos feitos. Todos impecáveis. Pensávamos o medo. O que é. Qual a sua génese. Qual o medo maior, em última instância. O da morte. Falávamos de trauma e prontidão angustiada. O olhar na parede: "Tenho mesmo medo de morrer. O que me impede de viver melhor." Descobrir o trauma, dessensibilizar as memórias traumáticas associadas e reprocessar, integrar. A par com... arriscar viver mais. Boa semana!
PS5 "Quero ir até ao fim." Tinha chegado angustiado, semanas antes, e desenrolado um novelo de angústias e pensamentos que lhe povoavam a mente e a vida há décadas, condicionando-o, a par com intensa sintomatologia ansiógena. "Desde que sou miúdo", tinha-me dito. "Quase nunca estou no momento presente, a viver o que está a acontecer. Ou estou a pensar no que vai acontecer, ou se tremi e se nota que estou a suar, se não disse nenhuma asneira, se vou conseguir não sair de um jantar com amigos a meio. A analisar mil cenários hipotéticos e a sofrer, em vez de estar ali, a ouvir, a falar, com a cabeça no que está a acontecer." Após estar munido de algumas ferramentas que o ajudavam a securizar, enquanto o protocolo de EMDR e o processo decorriam, diz-me: "Quero ir até ao fim. Acho que estou a melhorar. Quero mesmo cuidar de mim." Freud tinha razão: “a mudança acontece quando a dor de mudar é menor do que a dor de permanecer o mesmo”. Boa semana!
Psicologia, Energia e Espiritualidade, andarão de mãos dadas?