Ruas Floridas Redondo
Description
As Ruas Floridas são um evento bienal de base popular, cuja tradição remonta ao século XIX e consiste na decoração das ruas da vila de Redondo com flores e outros objectos elaborados em papel colorido. Os registos escritos mais antigos que dão conta da ornamentação das festas organizadas pelos populares redondenses, remontam a 1838. Há todavia, na tradição oral, relatos passados de geração em geração, que sustentam a feitura de alguns enfeites de papel por moradores, como complemento ornamental às festas de Agosto, consagradas inicialmente à N. Sra. de Ao Pé da Cruz.
Durante décadas, os adornos de papel terão acompanhado as festividades, resultando mais da espontaneidade do que de uma norma instituída socialmente. Por conseguinte, essas práticas evoluíram para a afirmação enquanto elementos culturais cuja presença nas festas é incontornável, já desde esses tempos.
Assim, esse hábito foi criando raízes, pese embora a infelicidade de ter sido relegado na década de 40 do século passado, na sequência da introdução definitiva da luz eléctrica e da deslumbrante iluminação das ruas, com a qual era difícil competir. Hão-de passar décadas, em que os refulgentes efeitos são o centro das atenções, só superadas pela pirotecnia.
É no rescaldo da Revolução dos Cravos, em 1976, que se faz a primeira tentativa de recuperação da tradição do papel, cuja iniciativa partiu de um conjunto de jovens denominado Grupo Pró-Amigos de Redondo. Dá-se por esta altura a autonomização das festas em relação à liturgia da N. Sra. de ao Pé da Cruz e as festas passam a ser popularmente conhecidas por Festas de Agosto.
Impulsionados pelo novo espírito de participação e envolvimento cívico, animados pela importância de um legado transmitido timidamente de geração em geração, este grupo empreendeu a tarefa de incentivar os populares a decorarem as suas próprias ruas com figuras, flores e outros motivos de papel. Alguns dos mais idosos conservavam a habilidade e o conhecimento não esquecidos na imensidão da memória, o espírito comunitário tratou do resto: entre donativos, poupanças e rifas, lá se angariava o suficiente para dar seguimento a usos tão antigos e com resultados tão admiráveis.
No ano seguinte, o número de ruas triplicou (cerca de 16 ruas) a par da dedicação e envolvimento das pessoas. Contudo, terá sido a instituição de um prémio e a sequente declaração da rua vencedora, em condições controversas, o factor que haveria de determinar nova desmobilização dos adornos de papel.
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facebook.comProjecto SOS Azulejo em sintonia com as Ruas Floridas de Redondo, que este ano dedicam uma rua à azulejaria Portuguesa. #redondo #ruasFloridas2017 #turismo